- molafurg
Panorama> de Medeiros Arpino

Estamos descalços com uma estrada imensa pra caminhar
Absorver tanta angústia é a rotina de dias que duram anos
Pouca fé nos planos, cansaço nos ombros
Meus manos trampando tanto, sabendo que devia ganhar o dobro
Ainda ouvindo desaforo de quem acha que ganha muito
De quem acha que outro defunto vai salvar o condomínio
De quando não formos vultos, com razão e raciocínio
Nesse fascínio que deixa cego
O roubo já vem de muito tempo
O intuito nós sabemos
Chamar revolta de insulto
Criticar oq nós lemos, sem nem ler
Pensar sem escrever
E toda hora tentar provar
Que só o dinheiro faz viver
no mundo adulto
Que essa de crescer junto é invenção
Que riqueza se faz de milhão em milhão
De suborno, e acúmulo de assunto, invenção
Eu repito é invenção
Na falta do básico, qualquer rumo vira trágico
Ou corrida por atenção
Se a cultura pode mudar
afim de novas formas de se organizar
qual é a razão de lutar pra perpetuar
uma cultura onde é normal matar
Pela auto defesa pelo prato de comida
pelo simples fato
de não ver sentido na vida
pelo passado sofrido, a circunstância obtida
por uma esperança vazia mantida nessa ânsia de sobrevivência
na correria do dia a dia
que extermina a paciência e a alegria
e que ensina que o padrão engole
aquele que pia e reclama a decadência
a gente nem sabe se ama ou se compra companhia
com dinheiro, bebida influência, arte
tudo se vende e se conquista
inclusive a fé e a crença