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Maretórios de Saberes > Naetê Reis
Atualizado: 14 de Out de 2020

Territórios de gentileza e luta, abraçados pelo mar. Horizontes de beleza e cultura, que a necropolítica não consegue calar.
Unindo vários povos costeiros, território maretório virou. Organizados pela dor e pela esperança, em um mundo melhor que ainda não chegou.
Nesse cardume quem vier somar à luta é bem-vindo, sem hierarquias, com horizontalidade para romper com as amarras que têm nos excluído.
Com respeito ao histórico de luta dos povos tradicionais, por permanência e existência, diante de uma confluência de injustiças ambientais.
Nesse movimento se posicionar é fundamental, ao lado dos grupos subalternizados pelo Estado e pela ciência moderna, contra o extermínio colonial.
Para uma verdadeira resistência e um futuro a favor da diversidade, precisamos valorizar inovação e tradição, o presente e a ancestralidade.
A luta nunca foi fácil, envolve o enfrentamento à esquemas nacionais e transnacionais, um grande mercado organizado.
Coletivamente precisamos superar ruralistas e milícias, expor as obscenidades da bancada do boi, bala e bíblia.
Extinguir com o gabinete do ódio e a destruição que estão deflagrando em vários territórios.
É nosso papel impedir que a floresta vire pasto pro gado e que privatizem cada gota do oceano rumo a um futuro cada vez mais insustentável.
Pelos que virão, pelos que aqui estão e pelos que ainda vão chegar, não vamos deixar a política atual de destruição ambiental, nos esmorecer e nos desorientar.
Lutaremos contra todos os grandes empresários, insaciáveis por peixe, petróleo e territórios. Que se nutrem pela destruição socioambiental e deixam o rastro de caos e dor para a população local.
Vamos nos posicionar contra a necropolítica e sua normalização, contra o racismo institucional sistêmico, e toda forma de degradação!
Apesar de diariamente nos encucarem na mente que nada mais pode ser feito diferente. Essa não é opção para boa parte da sociedade, nesse Brasil de infames desigualdades.
Dia e noite são desafiadores para quem é classificado como inferior em uma escala de opressão, que opera por espoliação, trabalho precarizado e pela ainda presente escravidão.
Acreditar em um outro possível é urgente, é lutar por sociedades em que o dinheiro não valha mais do que gente. Utopia tecida em várias mãos, uma economia solidária que nos enriqueça de saúde, bem-estar, educação e paixão.
Que permita em todos os lugares o trabalho decente, que livre o povo da fome e de todas as formas de exploração e políticas vazias e incipientes.
A pandemia que vivemos nos alerta a crise de um modelo civilizatório. Superar esse terrível momento é um exercício coletivo, você também é responsável.
Por movimentos de superação do paradigma venenoso do agronegócio. Que respeitem os ciclos da vida, a segurança alimentar e a soberania, por um mundo agroecológico.
A ecologia de saberes é um dos caminhos para fortalecer essa diversidade, permitirá derrubar monumentos e conceitos que favorecem a torpe colonialidade.
De mãos dadas conscientes da nossa jornada, vamos derrubar um a um, os que querem privatizar nossas águas e passar a boiada